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Horário (a partir de 14 set.)
2.ª - 6.ª 09h30 - 19h30
sáb. 09h30 - 17h30
A morte de Ramalho Ortigão na imprensa
Mostra Ramalho Ortigão. Um publicista em fim de século
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Centenário da morte de Ramalho Ortigão (1836-1915)
![Ramalho Ortigão (desenho de Cristiano de Carvalho) in «Revelações», Portucalense Editora, Barcelos, 1932 [http://purl.pt/1301] ortigao](/images/stories/agenda/2015/ortigao.jpg) No ano em que se comemora o centenário da morte de José Duarte Ramalho Ortigão (Porto, 24 de outubro de 1836 — Lisboa, 27 de setembro de 1915), a Biblioteca Nacional de Portugal para além da divulgação das suas obras mais conhecidas através da BND, selecionou um conjunto de notícias alusivo à morte e funeral de Ramalho Ortigão.
Uma autobiografia de Ramalho Ortigão« Tenho hoje 54 anos, dos quais 35 consagrados à profissão das letras. Do exercício da minha arte tirei grandes alegrias de aplicação e de trabalho. Nos primeiros anos um feminismo, que estava talvez em gérmen no meu temperamento, mas que a leitura de Garrett na psicose da minha puberdade contribui muito para desenvolver num sentido romanesco, levava-me a apetecer um certo género de celebridade: que as mulheres me lessem, me olhassem com simpatia. Essa ambição tive, mas nunca tive outra sendo completa e absolutamente indiferente ao aplauso das academias, aos prémios oficiais, a toda a espécie de honras e dignidades públicas. Mais tarde esvaiu-se esse mesmo desejo de ser lido por mulheres lindas, e o meu único prazer de escrever está na minha própria escrita, quando raramente numa e noutra linha consigo fixar a imagem de um sentimento verdadeiro, transmitir uma emoção sincera.
Maçar o menos que seja possível o meu semelhante, procurando tornar para os que me cercam a existência mais doce, o mundo mais alegre, a sociedade mais justa, tem sido a regra de toda a minha vida particular. O acaso fez de mim um crítico. Foi um desvio de inclinação a que me conservei fiel. O meu fundo é de poeta lírico.
Cumpri o melhor que pude o meu destino, criando o filho e escrevendo o livro. Faltou-me plantar a árvore, e é já agora tarde para o fazer com alguma probabilidade de aproveitar a sombra.
Mas à minha profissão exercida com modéstia, mas com honradez, devo amizades, e ligações de simpatia, que fazem a minha única glória, e me permitirão talvez não morrer ao sol e às moscas.» «Gazeta de Notícias». Rio de Janeiro (18 out. 1915) [bn-acpc-e-e19-2341]
Obras disponíveis na BND:
Cabeçalho: Pormenor de «Álbum das Glórias», desenho de Bordalo Pinheiro. Typ. Editora Rocio, Lisboa, 1880-1902.
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